Nao existe palheta mais rica de cores que a propria terra...Suas paisagens sombrias.Seus solos ferteis.A umida folha verde alface que amanhece amedrontada pelo forte orvalho;os gritos e brados retumbantes do sol escarnecido ao meio dia que umedece a fronte do velho trabalhador...
As cores da terra....se misturam as cores e tonalidades,da propria vida....
E assim o pintor,poeta,reedita com as suas cores...a magia telurica do simples...
do cotidiano de cada um....e a poesia calada pela tonalidade do terra de sena queimada...oleosa...arrancada do tubo de metal disforme,que aos poucos chega ao final...para uma proxima pincelada...de um retoque espesso afinal...de um espaco que teima em ficar vazio...pela teimosia...da propria luta diaria dos sobreviventes....inocentes trabalhadores...de qualquer dia,de qualquer hora,de todos os lugares,onde a continuidade se repete forte a cada amanha.
Brunocilla, Francesco(1948) - Artista Plástico
Santa Teresa - Rio de Janeiro - BRASIL.
Nasceu na cidade de Nápoles, Itália. Aportou no Brasil com apenas seis meses de idade, trazendo no sangue a força telúrica da arte italiana e que iria eclodir ano depois no solo deste país.
Despertado para pintura ainda criança, Brunocilla a ela se dedicou inteira e exclusivamente, aliando o talento à dedicação. Estudou desenho durante longos anos, mas na pintura preferiu o autodidatismo, talvez a razão porque seus quadros são personalíssimos.
Com o aprimoramento de sua técnica, foi conquistando espaço pouco a pouco. Hoje, Brunocilla sente-se feliz e recompensado pelo esforço despendido, mas afirma que mais gratificante do que o sucesso foram as várias manifestações sobre sua pintura expendidas ao longo da sua carreira, as quais guarda carinhosamente. Vale a pena reproduzir algumas que revelam como a pintura de Brunocilla sensibilizou as mais variadas pessoas, tais como, Rachel de Queiroz, a consagrada escritora e imortal (ABL) dá o seu depoimento:
"O figurativo volta a ocupar seus espaços e confesso que respeitando sempre o direito sagrado à liberdade de criação - eu guardava no recanto do coração uma discreta saudade de figuras em tela. Especialmente quando as figuras vem com esse belo jogo de cores e a mágica luminosidade do pintor Brunocilla".